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O demônio dos videogames

8 maio

Desde que eu voltei a jogar videogame de forma sistemática começei a jogar RPGs. Isso todo mundo sabe e está cansado de saber. Nesse tempo joguei e descobri vários jogos do gênero, a maioria muito boa até. Certo, tem uma minoria execrável, mas não vamos falar deles, não é Wild Arms?

Mas no fim das contas a grande maioria só conheçe mesmo Final Fantasy e Dragon Quest, até porque são os mais famosos do ramo. Mas existem muitos, conhecidos apenas por nerds ultra-malucos que dedicam seu tempo, dinheiro e sanidade a descobrir essas coisas. Pelo menos aqui neste canto do mundo.

Quem se encaixa muito bem nessa categoria é a franquia de jogos chamanda Shin Megami Tensei, mais conhecida como megaten(não me pergunte o porque do nome, todo mundo usa isso).

Tudo começou com um romance obscuro escrito no Japão que fala sobre a invasão do mundo por demônios invocados por computador. Parece que a história era uma bagunça e nem o autor gostou muito dela. Nota-se que o livro seja obscuro então…

Enfim, lá pelo final da década de 80, a produtora de jogos Atlus devia estar meio sem idéias para seus jogos, visto que já tinham sido criados todos os encanadores e bombados com metralhadoras que os videogames precisariam até hoje. Dessa necessidade premente, algum funcionário, talvez o faxineiro esquisito e fã de bukake, apresentou o livro aos chefões, que miraculosamente gostaram da idéia. Provavelmente esse nosso faxineiro tarado deve ter encontrado o tal livro num sebo fedorento de Tokio sendo vendido por coisa equivalente a dois centavos, mas isso não interessa.

O que interessa é o que isso gerou!!!!

Um jogo podre para NES!!!!

Nem sei se o jogo era tão podre, mas a turma não gostou muito. Parece que contava basicamente a história do livro, mas não interessa agora.

O que interessa é que o troço gerou outro jogo podre para o nintendinho. Não sei se o negócio fez sucesso ou não, mas parece que a Atlus gostou da coisa.

Aliás, devo dizer que os primeiros jogos para NES se chamavam só Megami Tensei. O “shin” só passou a valer a partir do jogo para SNES até hoje. Só um pouco de cultura inútil pra vocês…

Mas o que contém esses jogos, vocês me perguntam?

O DEMÔNIO!!!!! DEMÔNIO!!!!!

Sim, garotinhos. Megaten possui temática satanista em pelo menos 95% dos jogos. Pelo menos é o que muita gente pensa. Mas vamos raciocinar: o jogo vem do Japão, japoneses são budistas, logo, não ligam pra mitologia cristã ou qualquer coisa parecida. Assim, eles brincam do jeito que quiserem com as coisas que fariam sua avó perder os cabelos.

Por isso não jogue megaten na frente de seus parentes, ouviu? Principalmente se você conseguir o Lúcifer pra invocar… Pode gerar sérios desentendimentos familiares…

Como falei em invocar o Lúcifer vou contar um pouco da mecânica. Os jogos se baseiam em seu personagem invocar demônios e usá-los como auxílio em combate. Como isso é feito varia de jogo pra jogo, mas basicamente o negócio é fazer o pacto com o demônio, usar na batalha até ele ficar forte e fundir com outro pra fazer um demônio mais forte e assim por diante. Um pokemon do inferno, pra falar a verdade.

Mas o que realmente me cativa nesses jogos são as histórias. Nos jogos principais da série sempre é usada a temática do fim do mundo e, depois que tudo vai pro saco, o herói da história tem o poder pra decidir pra onde tudo irá daí por diante. Ou seja, o protagonista pode decidir se ficará do lados dos demônios infernais e criar a terra do capiroto por todo o sempre, ser um cara bonzinho(e sem graça!!!) ou não dar bola pra nenhum dos lados e ver o que acontece depois. Com uma temática dessas não me admira que nenhum dos primeiros jogos foi traduzido oficialmente para o ocidente. Ou você acha que a mamães iriam gostar de seus filhinhos usando demônios para lutar contra YHWH? – um dos nomes de Deus para quem é inculto. Sim, esta é uma das possibilidades do jogo!

Assim, só os nerds realmente loucos já jogaram esses jogos. Até porque eles tem uma dinâmica horrorosa de gameplay, pelo menos os dois primeiros… Mas não vou falar disso aqui.

Mas megaten não são só capetas encapetados lutando contra Deus. Não senhor! Existem outros jogos paralelos que fazem parte da franquia. Entre eles está Persona, uma versão light, digestível e cheia de jovenzinhos saudáveis… Usando demônios para lutar… Mas desta vez os bichos são chamados de personas e funcionam como uma espécie de força espiritual que dá poderes aos meninos.

Persona sempre tem uma temática mais voltada para adolescentes e estudantes. Isso explica porque tem sempre uma escola envolvida no processo. Principalmente, Persona não trata de temas tão pesados quando os títulos principais. Mas lutar contra um grupo de ocultistas que pretende ressucitar Hitler – tema de Persona 2 – não é enredo de Pokemon…

Pra terminar, megaten é cheio de demônios para se ver. Desde os mais conhecidos como Lúcifer até um… bem… melhor mostrar do que descrever:

Mara (Maravilha), o demônio pintão!!!!

Fora os capetões do mal, também temos anjos, fadas e mais um monte de entidades. Mas eles não são tão legais quanto colocar Baphomet, Lilith e Lucifer no mesmo grupo…

Acho que é mais ou menos isso que eu queria dizer sobre a série. Outro dia falarei sobre cada jogo individualmente, mas não esperem muito por isso.

Por fim, fiquem com o logo altamente satânico da série.

Sonhem com os capetinhas!