Mistborn: O Império Final

28 mar
Mistborn
O gênero de fantasia é um troço engraçado. Muita gente hoje em dia tenta se aventurar nele achando que é a nova mina de ouro. Na maioria absurda dos casos o pessoal cria um mundo europeu medieval cheio de clichês e com uma narrativa previsível. Querem ser Tolkien, mas não chegam nem perto. Os pontos que ganhariam tentando uma certa originalidade se perdem para sempre.
Por isso eu sempre fico com os dois pés atrás quando leio um livro do gênero.
Fui ler Mistborn com isso na cabeça. Embora a sinopse falando sobre o grande herói que destruiria o mal ter perdido e deixado o mundo na merda fosse interessante. É uma abordagem que eu gosto, não vou negar. Mas falemos do livro.
A história começa com Vin, uma menina de rua que vive com um bando de ladrões que não gosta dela. Por isso ela acabou crescendo extremamente paranoica. Um dia ela conhece Kelsier que lhe diz que ela tem um dom especial e acaba acolhendo a garota como aprendiz. Sim, o livro é totalmente baseado no mito do herói. Dá até pra prever o que acontece na história baseado nisso. Mas o que pra muita gente seria chato eu até que gostei. Talvez porque fiquei sem ler quase nada por muito tempo, vai saber…
Apesar da história clichê, devo dizer que a construção do mundo, na verdade, é muito boa. Principalmente no que tange ao sistema de magias. Uma das coisas mais criativas que vi ultimamente. Os alomânticos, como Vin, são capazes de usar poderes especiais ao “queimar” metais dentro de si. Cada metal tem uma função diferente, desde ficar mais forte, manipular os sentimentos dos outros ou se atirar para o alto em velocidades altíssimas. A maior parte dos alomânticos só tem um tipo de poder e, por isso, só queima um metal. Mas Vin pode queimar todos, tornando-a quase uma super heroína. Ela é especial, não disse?Quanto ao mundo, a história se passa no Império Final. Um lugar onde o herói que supostamente venceu o mal se tornou o imperador-deus imortal. No império, só os nobres, nascidos de descendentes dos que ajudaram o herói na tarefa de expurgar mal, têm uma certa quantidade de liberdade. Abaixo deles, estão os Ska, a choldra ignara que só serve para trabalhar e cujas vidas não valem nada. O mundo em si, é um lugar lúgubre, onde as plantas não crescem direito e tudo é coberto de cinzas, que continuamente cai dos céus. Ou seja, parece que esse história de eliminar o mal não deu muito certo no fim das contas. Mas é algo que você só sabe com mais certeza no final do livro, apesar dele ser bem previsível, como disse antes

 

Enfim, é um bom livro para se divertir. Tem seus clichês mas é uma boa leitura se você não está interessado em nada mais substancial. Acho que nem era o que o autor pretendia.

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