Tag Archives: álcool

Mais uma dose! Ainda não terminei de escrever!

20 set

Ah…

A dose, a birita, meiota, trago…

Quantas pessoas não gostam de se esbaldar num copo de bebida depois do expediente, ou mesmo durante ele? Eu mesmo tenho histórias escabrosas de porres tomados durante o horário de aula da faculdade e… Melhor deixar essas enterradas. Ninguém quer saber dessas coisas, não é?

Enfim, desde que a humanindade passou a dominar os segredos dos destilados e fermentados o mundo mudou. Pra que escrever poemas e odes de cara limpa quando você podia muito bem fazê-los com a cabeça calibrada?

Um bom papo literário sempre é regado a um pouco de álcool.

Um bom papo literário sempre é regado a um pouco de álcool.

Temos que admitir que, desde que o processo de produção do álcool foi criado, a literatura ganhou e muito em riqueza. Ou alguém pensa que Homero falou sobre todos aqueles deuses e batalhas malucas de cara limpa? O sujeito tava era muito “alto” – ou com o senso de humor mais mordaz que o costume – quando imaginou que um corno moveria exércitos só pra pegar de volta a mulher que deu no pé com o jovenzinho rico e na flor da potência.

Poxa, imagine-se na época um rei. Pense que motivos o levariam pro fim do mundo com seu exército por causa de um corno velho com orgulho ferido. Eu não posso encontrar nenhum. Só posso imaginar uma grande piada de bêbado.

A Ilíada é a descrição de um porre de vinho da Trácia misturado com uma ervinha das bravas, essa é a verdade!

E os exemplos não param!

Avancemos um pouco mais na história. Para ser mais exato, Idade Média. Época negra, onde os livros eram mantidos a sete chaves nos mosteiros, onde monges os copiavam a fim de que eles não desapareçam. Mas só os que lhes interessavam…

Agradeçam aos árabes por poderem ler a obra de Aristóteles hoje, seus sacripantas. Se não fosse por eles, estaria tudo perdido. Mas muçulmanos não bebem então não entra na conta.

O importante aqui é o fato de tais mosteiros, além de estarem cheios de pios monges repletos de obrigações espirituais, também estavam lotados de barris e mais barris de bebidas alcoólicas! Mais ainda, devemos aos padres a invenção da cerveja, que nos refresca em todos os dias quentes de nossas vidas.

Sempre que for ao bar, agradeça ao padre mais próximo pela bênção da sua cerveja.

Sempre que for ao bar, agradeça ao padre mais próximo pela bênção da sua cerveja.

Vamos agora para a melhor parte, ao menos pra mim.

O romantismo!!!

Nunca se cometeram tantos excessos quanto naquela época! Nunca se bebeu, jogou, trepou ou se escreveu tanto quanto naquele maravilhoso tempo!

(Sei que é mentira, mas deixem eu manter minha ilusão, tá!)

Poemas e odes criados exclusivamente para se falar de álcool, drogas e sexo descontrolado. Cheiro de vinho e revolução em qualquer beco que se pudesse virar. Uma época primorosa. Gostaria de ter vivido nela.

Muito melhor que aquela pasmaceira de paz e amor dos hipongas dos anos 60.

À merda com paz e amor, eu quero é quebrar o pau e encher a cara de vinho e de mulheres!

Este, senhoras e senhores, é o legítimo ideal romântico. Não tem nada a ver com novela das seis, pelo que podem perceber.

Meu melhor exemplo disso é um belo garoto chamado Rimbaud. Quando tinha 16 anos amancebou-se com um homem bem mais velho. Como toda história de amor da época altas doses de absinto e drogas de todo tipo estavam envolvidos na coisa. O romance do nosso menino não foi bem, o que o fez buscar mais ainda os conselhos da fada verde. E devemos admitir que os conselhos dela foram muito bons para nosso amiguinho que gosta de rapazes. Alguns de seus melhores textos, como “Uma noite no inferno”, devem ter sido feitos sob forte efeito da sininho dos copos.

No fim, com 19 anos, Rimbaud cansou-se dessa vida tediosa. Parou de escrever e foi-se para a África, ganhar a vida como um pacato traficante de armas…

Quase na mesma época e com as mesmas preferências sexuais tempo Oscar Wilde. Mas ele é mais um vaidoso do que um louco embebedado… Talvez por isso as histórias dele me deixem entediado.

A história não para! Como a produção de bebidas. E onde existir um bêbado caindo sempre haverá a semente de um grande poeta! Logo, não despreze o bêbado, o respeite como o potencial pilar da cultura humana que ele pode ser.