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Final Fantasy, os primeiros jogos. Uma resenha idiota.

17 jul

Sim, eu sei, não escrevo mais sobre literatura no blogue. Mas tenho um bom motivo: Não tenho lido nada ultimamente e não me sinto mais seguro em escrever textos teóricos – ou seja, estou sóbrio. Logo, vou falar sobre Final Fantasy pela milionésima vez. Contudo, detendo-me nos três primeiros jogos.  Mas antes que perguntem, não, eu não vou falar das versões antigas pra NES. Aquelas coisas são injogáveis até mesmo pra um fóssil da era mesozoica como eu.  Contudo, se você é um nerd adorador de velharias e acha que nunca deveriam ter tirado seu amado mega-drive do mercado, aconselho a parar de ler isto imediatamente. Até porque falarei das verões de Final Fantasy I e II para PSP e o remake de Final Fantasy III para DS. Chega de enrolação, então!

Final Fantasy I e II

Acredito que boa parte de vocês ao menos tenha ouvido falar dos dois primeiros jogos da série. E também imagino que conhecem a velha história de que o primeiro jogo salvou a Square da falência colossal – algo que nem mesmo Sakaguchi poderia prever, tenho certeza. Pois bem, o jogo tirou a empresa da lista dos candidatos à bancarrota e ao harakiri de seus membros ao mesmo tempo que tornava-se um clássico entre os desocupados do mundo inteiro!

Imaginem então, nosso Sakaguchi, ter ouvido numa tarde dos longínquos anos 80 a ordem de seu chefe de criar um jogo que prestasse, senão o jeito era botar todo mundo no olho da rua e fechar as portas. Pensem na tensão que esse pobre homem sofreu naquela noite, ao som de Prince e Madonna… Junte a isso uma garrafa de uísque e pronto! A receita para se criar um clássico!

Assim ele adormeceu e sonhou… E no sonho viu quatro guerreiros da luz escolhidos pelos cristais para salvar o mundo das trevas. Claro que isso não é nem um pouco original. Então seu cérebro alcoolizado elaborou as mais diversas criaturas, lugares e situações, até chegar no que temos hoje: Final Fantasy I.

O jogo em si não é grande coisa, mas sabe-se lá por que vendeu horrores no Japão e reabasteceu o caixa da moribunda Square. Você pode escolher entre classes básicas como mago negro, guerreiro ou ladrão e vai de cidade em cidade resolver os problemas das pessoas até dar de cara com o vilão final. Nerds do mundo todo babam o ovo desse jogo por sua versão original ser tão somente difícil. Bem, eu não acho que nível de dificuldade faz um jogo bom ou ruim, O problema é que FFI não é só difícil em sua versão para NES, é frustrante. Se você nunca jogou, experimente e verá hordas de goblins avançando em cima de seu grupo de guerreiros bostas, numa derrota estupenda, para você. Enfim, nerdice e masoquismo volta e meia andam juntas

A certa altura do jogo, seus personagens podem melhorar as classes. Seu guerreiro torna-se cavaleiro, o mago ganha magias que podem eliminar um exército inteiro, etc – embora eles sempre precisem de uma mísera chave enferrujada para abrir uma porta caindo aos pedaços.

Bem, acho que é isso que posso falar de FFI. Não sei se satisfez a vocês, então, estou preparado para as pauladas dos fanboys sem vida sexual e os pedidos encarecidos das moças por uma demonstração ao vivo de como brandir uma espada! Agora o próximo!

Em FFII as coisas mudam um pouco de figura. Devido ao enorme sucesso do primeiro, a Square achou por bem deixar Sakaguchi devidamente abastecido de músicas pop e psicotrópicos. Sabe-se lá quando o homem vai ter outra viagem daquelas… Mas ele teve. Uma viagem com quatro garotos que tiveram sua cidade destruída por um imperador maluco e com sérias tendências homossexuais – coisa que, daqui pra frente, aparece muito durante a série.

Admito que ainda não joguei muito desse jogo por vários motivos, sendo um deles desinteresse total. Mas pelo que fiz deu pra perceber que o sistema de batalha mudou radicalmente, não há classes e eu até agora não sei direito como funciona aquilo pra falar a verdade. Ah, sim! Os personagens têm alguma personalidade neste jogo, Não são apenas bonecos como os do anterior. Talvez as doses de uísque com Madonna tenham sido maiores dessa vez, vá se saber. Contudo, esse jogo demorou ainda muitos anos para chegar ao ocidente, ficando apenas disponível através de traduções livres de desocupa, digo, fãs da série.

E pela primeira vez na franquia temos um jogo com uma história que não foi escrita por um moleque de primeira série! Mas sim por um moleque da quinta série! E isso foi um grande avanço, podem ter certeza. O jogo começa com os respectivos garotos tentando fugir da cidade em chamas, mas logo são interceptados por soldados inimigos e tomam um tremenda coça que deixa todos à beira da morte. Pelas leis da conveniência universal eles são resgatados pela Resistência – não a do John Connor – e passam a lutar ao seu lado contra o império. Ao mesmo tempo esses garotos procuram o amigo deles, que também estava fugindo, mas desapareceu sem deixar rastros. Até legal pra um jogo de NES. No fim eles enfrentam o imperador Clóvis Bornay e todos são felizes para sempre!

Próximo!

Final Fantasy III

Prepare-se. Estamos entrando agora em território demoníaco. Vendo que Madonna já não era a mesma coisa e que a bebida já não lhe fazia efeito, Sakaguchi fez um pacto com todas as entidades demoníacas e youkays que a cultura japonesa pode conceber. Ali em cima disse que FFI é difícil? Sim, ele é mesmo. Mas FFIII ultrapassa o humanamente possível em dificuldade. Você começa como Luneth – já disse que falarei da versão de DS –, um sujeito idiota que cai num buraco porque vive com a cabeça nas nuvens. Lá dentro toma imediato contado com seres meigos, chamados goblins – sim, eles mesmo! Armado apenas de umas pedrinhas ele os enfrenta e vence. No decorrer de sua aventura para sair do buraco onde se meteu acaba, encontrando o Cristal que o escolhe como um dos guerreiros da luz – acho que Sacaguchi andou lendo muito Paulo Coelho naquela época… Daí consegue voltar para sua vila, de onde parte em sua jornada para salvar o mundo, acompanhado de seu amiguinho medroso e cagão. Também no grupo entrarão Refia, a filha do armeiro da vila mais próxima e Ingus, um cavaleiro metido a fodão

É de se falar também que neste jogo que o sistema de jobs de Final Fantasy atingiu quase a plenitude – embora trocentos nerds discordem de mim, mas eu não me importo. São dezenas deles cada vez que você encontra um cristal e milhares de oportunidades de estratégia. Quanto a história, não é nada interessante. Apenas encontre os cristais e mate o vilão no final – como serão os outros jogos da série até FFVI. Mas a grande característica do jogo é sua extrema dificuldade. Nada é conseguido de forma fácil nele. Há passagens nas quais é necessário apenas usar magias, pois você está miniaturizado e seu cavaleiro cheio de força não vale absolutamente nada nelas. Os chefes do jogo parecem ter tanto HP que dá pra pensar que a memória do jogo foi gasta quase toda com isso. Fora os monstros apelões…

Pra terminar falarei de duas coisas. Primeiro, dos personagens que aparecem para ajudar o grupo ao longo da trama. Não sei se eles aparecem na versão de NES, mas nesta eles ficaram muito bem bolados. Com destaque para Desch, um sujeito que perdeu a memória e apenas sabe que precisa chegar numa torre o mais rápido possível. O que não faz ele deixar de ser um idiota completo, passeando pelo ninho do Bahamut sem nenhum motivo… A segunda coisa chama-se Cloud of Darkness, o inimigo final do jogo – que, na verdade não passa de uma puta praticamente nua. Daquele tipo de chefe imortal, ao menos que você despache os quatro chefes quase imortais que a circundam. Mesmo assim ela não deixa de ser extremamente apelona. Um prato cheio para os nerds com sede de desafio e toneladas de tempo livre.

Por enquanto é só. Se gostarem, quem sabe eu fale dos outros jogos da série. Ou posso escrever sobre literatura e tentar parecer um pouco mais intelectual… Vocês escolhem.