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Estou doido de tanto escrever!

27 set

Loucura…

Tema que aparece em um sem número de obras literárias. Hoje eu estive pensando em falar justamente dela. Muitos escritores usam o recurso do personagem louco como uma ligação mais íntima com o leitor, se for um doidinho mais simpático. Ou pode fazê-lo tornar-se um profeta. Monstros sanguinários também podem muito bem ser chamados de loucos.

Em resumo, malucos são uma mão na roda quando se quer criar um personagem interessante e cativar os leitores. Por isso eles sempre aparecem por aí ao longo do tempo e dos livros.

Uma explicação para isso seria a de que comportamentos ditos anormais, impressionam as pessoas. Eu penso que é isso mesmo. Ou alguém por aí acha interessante uma história sobre um sujeito comum fazendo coisas comuns cujo desfecho é totalmente previsível. Ninguém, e eu afirmo com veemência, gosta disso. Ninguém mesmo. É chato pra cacete e não serve pra nada.

Por mais normal e gente boa que seja um personagem, ele tem que ter um lado diferenciado. Algo na sua construção que chame a atenção. Funcionários públicos entediados podem ser bem mais palatáveis se o tempo todo imaginarem meios de matar os colegas de repartição, ainda que nunca o façam realmente na história.

Entendem onde quero chegar? Todo mundo é doido, só depende do ponto de vista e do talento do autor.

Eu diria até mais. Que a loucura pode ser apontada como um dos maiores temas da literatura. Hamlet se finge de doido – ou era mesmo – pra poder conseguir sua vingança. Dom Quixote é um velho maluco de carteira que gosta de espancar moinhos de vento e enfiar a cabeça na boca de um leão só porque pensa que é cavaleiro.

Exemplos não acabam nunca.

Seja maluco e torne-se um personagem interessante!

Seja maluco e torne-se um personagem interessante!

Muitos também usam o próprio ambiente para criar algo totalmente fora da realidade. Mas aí entramos no domínio do fantástico e das viagens de ácido do Lewis Carrol e sua Alice. Não falemos muito disso agora. Basta citar também as histórias de Franz Kafka, outro autor do qual nunca consegui passar da metade. Dou um doce pra quem encontrar algum traço de sanidadenaquilo. É uma puta duma viagem, malandro!!!

Ia colocar uma barata gigante agora, mas preferi não fazer...

Ia colocar uma barata gigante agora, mas preferi não fazer...

Pra terminar este texto pequenininho tenho só mais uma consideração a fazer. Os loucos, assim como a grande maioria dos personagens literários, são uma personificação em papel do que queremos ser em algum momento da vida.

Eu, por exemplo sempre quis ser os Dom Quixote…

O que vocês estão fazendo com essa camisa de força?

Era brincadeira, deixe esse troço quieto!

Gente mais paranóica…

Voltando. Os loucos existem porque as pessoas purgam seus desejos mais obscuros neles. Não podem sair dando cambalhotas na rua como bem entendem, mas se contentam em ler a revistinha da Mônica.

Eu, que não sei andar a cavalo nem tenho uma armadura pra poder me jogar em cima de um moinho, leio Dom Quixote…

Parem com isso, tirem essa coisa de mim! Eu não estou louco, não estou louco!

Já tomei meu remédio hoje, cacete!

Acho que agora tenho que ir. Até outro dia. O eletrochoque me espera.