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Deus e o Diabo na Terra dos Aliens

18 fev

Depois de uma produtiva viagem de negócios, onde ficou acertado que eu entraria em mais uma enrascada financeira, estou de volta! E voltei logo depois do carnaval, vejam só. Todos felizes, contentes depios de terem bebido muito mais do que é recomendado até para os elefantes… Mas este é o espírito da festa de Momo, não é?

Só um aviso pra vocês, não inventem de viajar pra lugar nenhum nesta época. Sério, as estradas estão abarrotadas e eu peguei um trânsito infernal.

Voltando à programação normal… O que podemos escrever hoje? Tive algumas idéias, mas nenhuma ainda formada até o momento em que eu estou escrevendo. Sim, estou escrevendo sem nem mesmo saber o que vou colocar na próxima linha.

Acho que vou falar então das minhas experiências cinematográficas destas últimas semanas. Estava muito entediado lá pelas bandas de Minas Gerais em negócios excusos e extremamente entediantes quando resolvi alugar alguns filmes para ver. Na verdade aluguei uma porrada deles, inclusive alguns episódios de House, série que estou começando a gostar.

Mas não é disso que falarei. Tenho três filmes que prentendo falar mais do que qualquer coisa. Os dois primeiros são Alien, e Alien O Resgate. Depois de muito tempo resolvi que deveria finalmente ver os filmes. Ainda que eu diga que seja o melhor filme de monstro de todos os tempos, não tinha visto toda a filmografia da coisa.

O último é um super cult do cinema nacional. Deus e Diabo na Terra do Sol. Filme do qual muito ouvi falar durante meu período da faculdade, mas que curiosamente só tinha visto pedaços dele até então. Agora descobri o motivo disso…

Sem pressa, vamos aos Aliens!

Simpático, não?

O alien é certamente um dos monstros de cinema que eu mais gosto. Ao lado dele está o Predador e aquele monstro de marsmelow dos Caça Fantasmas… Pela primeira vez vi no gênero não um bicho idiota que matava a torto e a direito, mas uma criatura com padrão comportamental complexo, ou minimamente complexo se você quiser dar uma de chato cult. Vejamos, o alien não mata a sua presa. Ele simplesmente a captura, prende e a deixa para ser usada como hospedeiro pela larva de fecundação nojenta e que parece ter dedinhos humanos. Sim, um destino muito mais cruel que a morte por empalamento, se querem uma opinião.

Falemos dos filmes então.

O primeiro e um clássico do cinema e certamente o mais assustador deles. Só a cena do alien estourando a barriga de um membro da tripulação da nave me fez pular do sofá de nojo e terror. E deve-se dizer que o próprio alien é mais expressivo que os dos outros filmes. Talvez por ser simplesmente um cara numa roupa de látex a coisa toda fica mais viva. Ou pode ser só besteira minha mesmo.

O fato é que toda a atmosfera do filme é claustrofóbica. O confinamento numa nave de carga escura e enorme, onde um bicho pronto pra te arregaçar está à espreita foi muito bem produzido. Tudo isso culminando no final mais brutalmente tenso que eu já vi.

Depois disso temos Aliens, o Resgate, de nosso amigo James Cameron.

Antes de prosseguir gostaria de dizer que eu não tenho nada contra o senhor Cameron. Ele simplesmente tem me decepcionado nos últimos anos. Afinal, espero sempre mais do cara que fez Exterminador do Futuro… Dito isso, continuemos.

O segundo filme traz a pobre e espezinhada Ripley de volta ao convívio de suas criaturinhas de estimação. Só que agora num planeta recentemente colonizado e que perdeu contato por motivos misteriosos. Não é preciso dizer que isso é motivo suficiente pra mandar a mulher até lá. Claro, desta vez escoltada por um bom grupo de fuzileiros armados até os dentes, porque ninguém é trouxa de enfrentar os bichos só na mão.

Eu achei o filme até bom, mas pra mim faltou alguma coisa. Tensão eu acho. No primeiro você está preso numa nave no meio do espaço. No segundo temos um planeta inteiro e sabe-se lá porque motivo enfiam a ação toda nas instalações de colonização de um jeito meio besta na minha opinião. Some-se a isso os fuzileiros cheios de armas. Tá que eles não dão conta de uma colônia inteira cheia de aliens, mas toda pirotecnia das armas acaba tornando um filme de horror num filme de ação. Enfim, esse é o grande problema do filme na minha visão. E nem a Ripley materna tentando proteger uma menininha como se fosse sua própria filha melhorou muito a coisa.

No final, temos  a luta entre Ripley e a Rainha Alien. Coisa que eu achei totalmente caricata, uma vez que elas caem na porrada pra valer, a mulher com a ajuda de um mecha, sim, Cameron sempre gostou deles.

Enfim, chega de aliens e vamos ao cinema nacional. Mas como já me alonguei demais serei breve.

Eu também rodaria de tédio se pudesse.

Podem me chamar de idiota americanizado, mas eu não gostei do filme que todo mundo paga pau há anos. Só pra vocês terem uma idéia como essa benga é idolatrada, durante todos os meus anos na faculdade de comunicação, não passou nenhum sem que um dos professores se babasse em torno desse filme. Eu só era apresentado a uns trechos do dito, não mais. O que não me permitia ter uma opinião melhor sobre a obra.

Tá, Glauber Rocha é foda e criou uma nova linguagem cinematográfica, não nego. Mas tem um pequeno probleminha nisso: O troço é extremamente chato para o espectador comum. Ou pra qualquer espectador…

O ritmo da narrativa é tão lento que muitas vezes lutei pra poder acompanhar a história sem ceder aos ímpetos de avançar o filme. Outras vezes as longas cenas sem áudio ou nenhuma ação interessante me davam um enorme tédio.

Vamos ser sinceros, a fotografia pode ser bonita e a linguagem inovadora, mas o filme não faz nem um pouco de esforço pra ser palatável às pessoas normais. Sem falar na trilha com músicas do Villa Lobos, completamente fora do lugar.

Depois reclamam que a indústria do cinema no Brasil é um lixo. Se tivéssemos mais diretores querendo fazer entretenimento ao invés de arte as coisas estariam melhores. Por isso os filmes brasileiros tem uma bilheteria tão ruim.

Não queiram ser o novo Glauber, seus cornos! Entretenham a platéia e pronto. Sem firula. Um bom exemplo é Alien, muito foda psicologicamente e um puta entretenimento.

Mas acho difícil chegarmos nesse nível de amadurecimento intelectual…

Fui!