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Tolkien e seus anéis ardentes.

6 out

Vou ser bem franco. Quando ouvi pela primeira vez falar o nome de Tolkien, Senhor dos Anéis e o escambau foi quando eu tinha acabado de entrar na faculdade. Na época estava-se na espectativa do tal filme a ser produzido e lançado sabe-se lá quando. Mesmo assim, só soube dessas coisas por meio de colegas viciados em RPG que, por motivos misteriosos, conheciam a saga dos hobbits e dos anéis.

Mas como um troço que era praticamente uma relíquia de sociedade secreta virou a febre de então? Se querem saber, eu não sei. Palavra, quando li O Senhor dos Anéis pela primeira vez, atiçado pelos meus amigos RPGistas, fiquei completamente decepcionado.

Sim, me decepcionei com quase tudo ali. A história, os personagens, o mundo em si. Não que a coisa toda fosse ruim. Achei realmente bem construída e tal. O problema é que o livro não me oferecia nada de novo, nada que eu já não esperasse. Era como estar vendo a mesma história só que com personagens e situações ligeiramente diferentes.

Vamos falar sério, o livro é uma montanha de clichês sobre outra. O fato do personagem fracote e medroso ter a obrigação de queimar o Anel do Poder na Montanha da Perdição – só eu que vejo alguma putaria nisso? – já é um tremendo de um lugar comum. Todo mundo já fez isso,  ora bolas!

Então os fãs vem com essa: O mundo é contruido nos mínimos detalhes, até nas línguas, seu nerd gordo de videogame!

Ao que eu respondo prontamente: E daí? Qualquer panaca pode construir um mundo de fantasia e encher de persoangens clichê. Não precisa ser mestre em linguística como o Tolkien pra fazer isso.

Eu posso fazer isso! Provavelmente até você, que está lendo isto agora! Tudo que é preciso é tempo e saco infinitos para tal…

Coisa que nem eu nem você certamente temos… Nem todos são sustentados por universidades como nosso autor de anéis. Sim, Tolkien era professor universitário e não escritor, nerd e fundador de sociedades secretas criadas com pactos em sindarin. Era um cara bem normal e prosaico.

Uma coisa ao menos deve ser dita. Liv Tailer é o máximo de elfa!

Uma coisa ao menos deve ser dita. Liv Tailer é o máximo de elfa!

Mas eu não começei este texto para falar mal da obra do homem. Não senhor! Caso pensem que sou um sujeito ranzinza sem amor no coração.

Primeiro queria expressar os primeiros sentimentos que tive ao ler O Senhor dos Anéis. Agora, mais velho e mais chato, resolvi ler O Hobbit e O Silmarillion, graças à promoçaozinha bacana que o Submarino aprontou esses dias – pena que não vou ganhar nada com essa propaganda!

O Hobbit é bem o que se vê no livro que o vai suceder. Um hobbit metido numa guerra maluca por motivos estapafúrdios. Pelo menos o livro tem o mérito de não ser tão maniqueísta quanto o posterior, embora o seja em grande medida. Não temos a batalha do bem supremo contra o mal supremo no final. O que pra mim é ótimo.

Sem falar no aspecto humano que Bilbo Bolseiro, o hobbit do título, dá a tudo. Todos os personagens são guerreiros com sangue nos olhos e querem se matar apenas pelo prazer da carnificina. Nosso amiguinho de pés peludos só quer fumar seu cachimbo em paz na varanda de casa. Não é um desejo ruim, não mesmo.

Bilbo é gente como a gente! Mais ou menos...

Bilbo é gente como a gente! Mais ou menos...

Então terminei O Hobbit com a mesma sensação de já ter visto aquilo antes. Mas pelo menos não era mais novidade…

Eis que começo O Silmarillion!!

O Relato dos Dias Antigos, ou seja lá como a turma chame aquilo.

Só sei que o cara resolve escrever como se fosse uma bíblia.

O que torna o livro chato…

Muito chato…

Tão chato que foi capaz de me fazer cabeçear enquanto leio. E eu nunca faço isso.

Não posso dizer muita coisa sobre ele. Apenas que é uma descrição do começo do mundo que o Tolkien inventou. É cheio de elfos e deuses em batalhas mais que épicas de tremer as montanhas.

Provavelmente vai terminar numa super batalha do bem contra o mal que vai estraçalhar metade do continente e destruir nações. No fim o mal será punido e o bem recompensado.

Nada de muito diferente do que estou acostumado…

A diferença é que já nao espero uma super história como quando começei a ler O Senhor dos Anéis, há anos atrás. Só uma história interessante que me distraia.

No fim das contas acho que era o que Tolkien também queria. E não posso culpá-lo por isso.